Demora em atendimento na UPA San Marino gera desabafo em forma de vídeo
Imagens mostram sala de espera da unidade lotada
O desabafo da munícipe Salila Gauzelia na UPA San Marino mostra que os problemas da saúde pública em Taubaté não se resumem à dívida da gestão com o H-MUT.
Através de vídeo - assista o desabafo - que compartilhou pelas redes sociais na quarta-feira, 30 de agosto, a mulher, que acompanhava o pai que estava internado na unidade há cerca de 20 dias - e veio a falecer nesta sexta-feira, 1º de setembro - conta que começou a se sentir mal e procurou atendimento na própria unidade. Com indignação, ela começou a contar e a registrar a situação vivenciada por quem vai até a UPA: demora no atendimento.
“Agora todos os médicos saíram daqui, está tudo fechado as salas aqui, foram lá pra dentro. Estão falando que não pode filmar, mas eu vou filmar, porque estou com o saco cheio, estou morrendo de dor, meu pai está aqui tem 20 dias, eu estou cuidando dele dia e noite”, desabafa Salila, que ainda emenda “a gente está aqui sofrendo, a gente está pagando pela péssima gestão desse prefeito, por esse desgoverno que ta acabando com a cidade de Taubaté. Taubaté está falida!”, sentencia.
Em determinado momento, Salila diz que segundo uma mulher chamada Renata, que se identificou como funcionária da Chavantes, a prefeitura deve R$ 6 milhões à organização social que gere as UPA’s San Marino e Santa Helena, motivo pelo qual o atendimento é demorado.
A reportagem de T7 News mostrou em matéria publicada no dia 25 de agosto que a prefeitura devia R$ 3.579.150, 03 à OS, conforme dados do Portal da Transparência.
De acordo com profissionais que prestam serviços à organização social, os salários não foram totalmente pagos. Outra informação que também circula é que alguns funcionários, inclusive médicos, estariam se desligando da Chavantes.
O que diz a OS
Através de nota, a Chavantes confirma que os repasses para os médicos “estão parcialmente em aberto”. A organização social alega contudo que profissionais não abandonaram os postos não receberam “pedidos de demissões e ou informação oficial de paralisação”. Acompanhe a íntegra da nota:
"A Santa Casa de Chavantes esclarece que está recebendo o suporte da Prefeitura que enfrenta uma dificuldade orçamentária, o que acarretou o atraso de repasses para os médicos de exatos 10 dias (o pagamento do dia 20/08 estão parcialmente em aberto), mas tem nos posicionado de que estão trabalhando para regularizar a situação em 30 dias.
Não tivemos o abandono dos médicos nas unidades, nem pedidos de demissões e ou informação oficial de paralização, mas estamos acompanhando os protocolos de atendimentos onde percebemos a ampliação do tempo de espera.
Esperamos contar com o compromisso e compreensão dos médicos. Estamos dando a eles todas as informações para tranquilizá-los.
Estamos ao lado da população, buscando acolher os pacientes, sem medir esforços e esperamos que os médicos façam o mesmo."
O que diz a Prefeitura
A administração municipal, por meio da secretaria de Saúde, disse que monitora a situação e diz que “não foi oficiada de problemas na unidade até o momento”. Veja a nota na íntegra:
"A Secretaria de Saúde acompanha, por meio de prestação de contas, todo o serviço prestado pelas as Organizações Sociais que gerenciam as Unidades de Urgência e Emergência.
A pasta não foi oficiada de problemas na unidade até o momento.
Equipes da Secretaria estão visitando constantemente todas as unidades para verificação da situação. Podendo em caso de não atendimento ao contrato serem notificadas."