Professores de Ubatuba alegam 'falta de vontade política' da prefeitura em pagar piso da categoria
Profissionais do magistério fizeram manifestação em frente ao paço nesta sexta-feira, 6
Professores da rede municipal de Ubatuba fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira, 6, pedindo o pagamento do piso para a categoria.
De acordo com os profissionais, os salários dos educadores de Ubatuba estavam abaixo do piso desde o ano de 2022. Com a mudança de governo e na secretaria de educação, contudo, abriu-se a possibilidade de um novo diálogo entre o poder executivo e a classe.
Segundo a professora Jocely Ramos, o prefeito Márcio Maciel, o Marcinho, PSB, deu sinal verde para a possibilidade de reajustar os salários dos professores da rede municipal, mas, nos últimos três meses, tem evitado discutir diretamente com a classe a respeito de um reajuste.
“Desde o dia 5 de julho que o prefeito não nos recebe mais, ele só manda assessor, secretário, e eles só falam, falam, falam”, relata Jocely.
Os profissionais encontraram o paço municipal fechado e tiveram o acesso ao prédio impedido. O fato acabou gerando ainda mais indignação nos professores.
“Pasmem vocês que nós chegamos aqui hoje, fizemos toda a nossa documentação, mandamos para a Polícia Militar, GCM, prefeitura (avisando) que nós faríamos essa manifestação pacífica, sem atrapalhar o trânsito. Chegamos aqui estava fechada a (rua) Maria Alves, a entrada, o centro e, pasmem vocês, fechada a prefeitura inteira, com corrente, porque estão achando que somos bandidos”, disse a professora Inah Araújo.
Executivo se defende
A prefeitura de Ubatuba já havia se posicionado a respeito da situação no dia 29 de setembro, ou seja, uma semana antes do ato dos professores - confira o posicionamento completo aqui.
O governo alegou que a “a aplicação do complemento a todos os professores poderia resultar em profissionais com remuneração acima do teto constitucional” e informou que “encaminhou para a Câmara um Projeto de Lei que estabelece o complemento salarial aos integrantes do quadro do magistério, contemplando os 22 profissionais que recebem remuneração abaixo do estipulado pelo Ministério da Educação”.
“Lei mal feita”
A professora Jocely classificou a proposta de lei enviada pela gestão municipal como “mal feita” e uma forma de “ludibriar a lei” federal que trata do tema.
Ela reforça que a classe tem buscado se articular junto aos vereadores para garantir que todos recebam o piso da categoria e inclusive conta com apoio do presidente do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb de Ubatuba.
“O presidente já apontou também que tem dinheiro, está aqui o dinheiro, mas o que está faltando para a gente é vontade política”, aponta.