Política

PF investiga uso de documento de prefeito de São Sebastião envolvendo empresa de Renato Cariani

Na época, atual prefeito de São Sebastião era secretário em Caraguatatuba

Da redação | Data: 21/02/2024 10:13

A investigação da Polícia Federal está em curso para apurar o uso indevido do CPF do atual prefeito de São Sebastião, localizado no Litoral Norte de São Paulo, Felipe Augusto (PSDB), em transações relacionadas à empresa do influenciador Renato Cariani, que foi indiciado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A revelação desse caso foi feita pelo Portal Metrópoles e confirmada pela Rede Vanguarda. Conforme o documento que fundamentou a denúncia do Ministério Público de São Paulo, a Polícia Federal registrou pelo menos quatro depósitos supostamente realizados por Felipe Augusto entre os anos de 2015 e 2019.

O relatório de investigação da Polícia Federal indica que o CPF do prefeito de São Sebastião foi usado em quatro depósitos fictícios entre o laboratório AstraZeneca e a empresa Anidrol, de propriedade de Cariani. O valor total dos depósitos supostamente feitos por Felipe Augusto é de R$ 379,3 mil, sendo o primeiro deles em 20 de janeiro de 2015, no montante de R$ 103,5 mil. Abaixo segue a lista detalhada dos depósitos:

- 20/01/2015 – R$ 103.500,00

- 19/10/2016 – R$ 108.300,00

- 12/07/2017 – R$ 101.000,00

- 24/01/2019 – R$ 66.500,00

Logo após os depósitos feitos em nome de Felipe, a Anidrol emitiu notas fiscais para a AstraZeneca, totalizando vendas de 1,5 tonelada de lidocaína e fenacetina.

Conforme destacado no próprio relatório da Polícia Federal, é possível que o nome de Felipe Augusto tenha sido utilizado de forma fraudulenta nas transações da empresa de Cariani. A AstraZeneca enfatizou que não mantém qualquer relação comercial ou empregatícia com Felipe Augusto e que ele não faz parte de seu quadro de funcionários.

Na época dos depósitos, Felipe Augusto ocupava o cargo de secretário de Planejamento em Caraguatatuba, São Paulo. Em comunicado, o prefeito de São Sebastião afirmou desconhecer o inquérito da Polícia Federal, declarando que já foi intimado e ouvido pela Polícia Civil. Ele negou qualquer relação com as pessoas ou empresas mencionadas, alegando ser vítima de fraude no uso indevido de seu RG e CPF, sem sua autorização.

Na última sexta-feira (16), a Justiça de Diadema, no ABC Paulista, aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo e tornou réu o influenciador fitness Renato Cariani por suspeita de tráfico de drogas. Além dele, outras quatro pessoas foram denunciadas pelo crime: Roseli Dorth, Fabio Spinola Mota, Andreia Domingues Ferreira e Rodrigo Gomes Pereira.

Cariani é acusado pela Polícia Federal de utilizar uma empresa para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas, desviando os insumos para a produção de cocaína e crack. Essas drogas, segundo a investigação, abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional, incluindo facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Renato Cariani, que possui mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, é sócio, juntamente com Roseli, da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., uma empresa de venda de produtos químicos em Diadema, na Grande São Paulo. A Polícia Federal afirma que eles tinham conhecimento e participavam ativamente do esquema criminoso, sendo as evidências obtidas através de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente de conversas e trocas de mensagens.

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