Política

MP apura desvio de função e orienta que Taubaté retire servidores sem cargo de motorista da condução de veículos oficiais

Município deve revogar decreto que permite, em casos excepcionais, que servidores fora do cargo de motorista conduzam veículos oficiais

Da redação | Data: 06/05/2025 11:49

A Prefeitura de Taubaté determinou que todas as secretarias municipais realizem, até o dia 30 de maio, um levantamento detalhado sobre os servidores não ocupantes do cargo de motorista que estão autorizados a dirigir veículos oficiais. A medida atende à recomendação da 10ª Promotoria de Justiça de Taubaté, que apura possível desvio de função e uso excessivo de portarias com essa finalidade.

Segundo a denúncia registrada por um servidor e munícipe na Ouvidoria da Prefeitura (nº 608/2025), mais de mil portarias podem ter sido emitidas desde 2013, muitas vezes em desacordo com as atribuições dos cargos originais. O caso motivou a abertura de expediente pelo Ministério Público e levou o governo municipal a iniciar uma reavaliação do tema.

Em mensagem enviada à Câmara de Taubaté, após requerimento de informações do vereador Isaac do Carmo, PT, a Prefeitura afirmou que tem "trabalhado de forma diligente para garantir o cumprimento integral das exigências legais". A administração reconhece, porém, que ainda não possui o número exato de servidores atualmente autorizados a conduzir veículos oficiais.

A partir da revogação do Decreto nº 13.123/2013 — prevista para ocorrer em 17 de abril —, apenas os servidores do cargo de motorista e aqueles cujas funções têm, por exigência legal, a atribuição de conduzir veículos poderão dirigir os automóveis da frota municipal. Entre esses estão agentes da Defesa Civil, fiscais, guardas municipais, operadores de máquinas e bombeiros civis.

Por meio da Circular nº 483/2025, a Prefeitura também orientou as pastas a informar, até o dia 15 de abril, as demandas que vinham sendo atendidas com base no decreto de 2013, esclarecer quais autorizações ainda estão em vigor e, se necessário, revogar essas permissões. A Procuradoria Geral do Município acompanha o caso e trabalha na elaboração de um projeto de lei para permitir, de forma restrita e transitória, que outros servidores possam dirigir veículos oficiais, desde que devidamente autorizados.

A Prefeitura ainda reforçou que as secretarias devem avaliar continuamente a necessidade de uso de veículos por servidores que não são motoristas e considerar a realocação de motoristas quando for detectada demanda recorrente.

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