Eliminado pelo Taubaté, São José tem cobrança da torcida e não sabe o futuro
Permanência do técnico Paulo Roberto ainda é incerta, assim como participação na Copa Paulista deste ano
Após a eliminação desta quarta-feira (19) para o rival Taubaté nas quartas-de-final do Campeonato Paulista da Série A2, a torcida do São José não perdou.
A organizada Mancha Azul não poupou críticas à SAF que administra a Águia do Vale que, pelo segundo ano consecutivo, não consegue o acesso. Em nota oficial, os torcedores expressaram profunda indignação, acusando a gestão de tratar o confronto como “apenas mais um jogo”, enquanto o adversário entrou em campo com postura de decisão. “Nossa parte sempre será feita! Mas quando a diretoria do time nega a própria torcida, fica difícil as coisas darem certo”, destacou o comunicado.
Segundo os torcedores a diretoria impediu a realização de um treino aberto e recusou a recepção da torcida ao ônibus da equipe antes da partida decisiva. “Os jogadores pediram para descer no meio da torcida, mas a SAF negou alegando que isso prejudicaria a concentração. Será que Ariel entrou concentrado, Sr. Bruno? E o Rubim?”, ironizaram os torcedores.
A revolta da torcida do São José também se estendeu às contratações e planejamento da equipe. O elenco, que possuía um dos maiores investimentos da competição, falhou em reforçar posições cruciais. “Nosso rival trouxe quatro jogadores que fizeram a diferença na classificação, enquanto o São José contratou um atacante com apenas um gol em dez jogos”, criticaram os torcedores.
DIRETORIA MINIMIZA DESCLASSIFICAÇÃO
Por outro lado, o executivo de futebol do clube, Sidiclei Menezes, fez um balanço positivo da temporada e minimizou as críticas. “Entendo a tristeza do torcedor, mas nós nos classificamos e fizemos um bom jogo em casa. A SAF está aqui há três anos e conseguimos uma vaga no Brasileiro, além de boas campanhas nas últimas temporadas”, defendeu Sidiclei.
Ainda assim, a resposta não acalmou os ânimos da torcida, que se mostrou inconformada com a eliminação. “O São José é o time que sempre decepciona seu torcedor”, escreveu um grupo de torcedores nas redes sociais, sugerindo um boicote ao clube caso a atual gestão permaneça no comando.
COPA PAULISTA EM RISCO
A revolta da torcida do São José não se limita ao momento atual, mas também ao futuro do clube. Há dúvidas sobre uma participação decente na pouca expressiva Copa Paulista, principalmente se a gestão da SAF não promover mudanças significativas. “Se for para montar um time fraco, medroso e pipoqueiro, é melhor nem jogar”, dispararam os torcedores.
O próprio técnico, Paulo Roberto Santos, que chegou para o lugar de Moacir Júnior no meio do campeonato, não sabe qual será seu futuro. Após o jogo da desclassificação para o Taubaté, ao ser perguntado sobre a continuidade, foi sincero: não tem nada definido. Ao menos, ele afirmou ter vontade de continuar e ajudar na montagem do time que disputará a Copa Paulista no segundo semestre.
“Eu gostaria muito de poder participar do planejamento desde o início do trabalho. Não tivemos essa oportunidade. Demos o seguimento ao trabalho que vinha sendo feito por grandes profissionais. Gostaríamos muito de poder iniciar um trabalho, mas isso está nas mãos da diretoria. Temos que deixar a diretoria resolver”, disse.
Depois, ainda disse que, em momento de cabeça quente, não dá para ter uma definição. “Sei que estão chateados neste momento, até porque nos dão todas as condições de trabalho. Não podemos deixar de citar isso. Mas futebol é planejamento, sequência de trabalho. Bate na trave um ano, bate na trave no segundo... Quem sabe no terceiro a coisa não acontece. É assim que tem ocorrido no futebol paulista nos últimos anos”, afirmou.