Eleições 2024: Polícia Civil investiga esquema do PCC para financiar candidaturas em Ubatuba e outras cidades
Ubatuba se tornou um alvo estratégico para o PCC devido à sua localização geográfica
A Polícia Civil de Mogi das Cruzes investiga um esquema criminoso ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que movimentou R$ 8 bilhões através de um "banco do crime" e mais 19 empresas para apoiar candidaturas políticas em cidades de São Paulo. A operação revelou o interesse da facção em expandir sua influência política, inclusive em Ubatuba, onde há evidências de tentativas de infiltração no cenário eleitoral. As informações são do portal UOL.
A investigação, conduzida pela delegacia de Mogi das Cruzes,
bloqueou movimentações financeiras suspeitas realizadas por 20 empresas,
incluindo uma instituição financeira, similar a uma fintech, com sede na Grande
São Paulo. Segundo a Polícia Civil, o "banco do crime" foi criado por
membros do PCC para lavar dinheiro e financiar campanhas eleitorais. As
investigações apontam que ao menos três candidatos em Mogi das Cruzes, Ubatuba
e Santo André foram beneficiados com os recursos ilícitos.
O delegado responsável, Fabrício Intelizano, revelou que a
operação teve início após a apreensão do celular de Fabiana Lopes Manzini,
esposa de Anderson Manzini, um membro antigo do PCC, em junho de 2023.
Anderson Manzini está ligado a um grupo de sequestradores
que atuava em várias cidades do estado, incluindo Campinas. Segundo a
investigação, Fabiana e Anderson estavam envolvidos em operações financeiras
que visavam impulsionar candidaturas, especialmente para cargos de vereador em
diversas cidades.
Fabiana também é apontada pela polícia como integrante do
PCC. Com o marido preso desde 2002, ela estava à frente dos negócios ilícitos
no tráfico, segundo a polícia. Fabiana conversava com João Gabriel de Mello
Yamawaki, primo de Anderson, para receber orientações sobre os candidatos que
receberiam apoio.
Envolvimento em Ubatuba
Em Ubatuba, as mensagens interceptadas pela polícia indicam
que Yamawaki, um dos líderes do núcleo financeiro do PCC, tentou promover a
candidatura de uma irmã a vereadora. O objetivo, segundo as investigações, era
infiltrar a facção na administração pública local através de contratos e
licitações, favorecendo assim os interesses do crime organizado. Ubatuba se
tornou um alvo estratégico para o PCC devido à sua localização geográfica,
próxima ao Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, e ao crescente aumento da
fiscalização policial no Porto de Santos.
“O PCC tem demonstrado interesse em se infiltrar em Ubatuba.
Com maior presença da polícia no porto de Santos, o crime organizado tem
migrado suas atividades para São Sebastião, dada a proximidade com o Porto de
Itaguaí, no Rio de Janeiro, e pelo fato de ter aeroporto próprio” disse Fabrício
Intelizano, delegado da Polícia Civil de Mogi das Cruzes.
Entenda
A investigação, que revelou o esquema, identificou 32
suspeitos, sendo seis deles diretamente relacionados ao "banco do
crime". Os outros suspeitos são associados ao tráfico de drogas, incluindo
mulheres de membros presos da facção. O delegado Intelizano afirmou que as
atividades do banco, operando sob o nome 4TBank, foram consideradas ilegais, já
que não possuíam autorização do Banco Central. A instituição financeira
movimentou cerca de R$ 600 milhões nos últimos cinco anos, com grande parte dos
valores sendo convertidos em saques e dinheiro em espécie.
Nos próximos dias, a Polícia Civil de Mogi das Cruzes pretende ouvir Anderson Manzini, apontado como elo central no esquema de financiamento. O delegado Intelizano destacou que a prioridade da investigação agora será mapear a infiltração do PCC na política das cidades envolvidas, incluindo Ubatuba.
De acordo com o DivulgaCand, plataforma do Tribunal Superior Eleitoral com dados sobre candidaturas em todo país, não há nenhuma candidata a vereadora com o nome Gisele na cidade.