O deputado federal Rodrigo Gambale (Podemos) e o prefeito de Caçapava, Yan Lopes (Podemos), se posicionaram publicamente após a veiculação de uma denúncia protocolada no Ministério Público Federal contra Eliane Cristina de Oliveira, primeira-dama do município e secretária parlamentar lotada no gabinete de Gambale na Câmara dos Deputados.

A denúncia, feita por Eduardo Sivinski em 24 de abril de 2025, acusa Eliane de ocupar o cargo público sem exercer efetivamente suas funções, o que caracterizaria a prática de “funcionária fantasma”. Segundo o Portal da Transparência da Câmara, ela recebe R$ 7.370,78 por mês. As informações da denuncia são do portal Vale 360 News.

O deputado Rodrigo Gambale afirmou que desconhecia a denúncia e fez elogios à atuação da assessora. “A Lili é uma das minhas melhores assessoras. Se eu tivesse que vir aqui era para promovê-la”, disse ao portal Vale 360 News. Ele declarou que Eliane é responsável pela produção de conteúdo para suas redes sociais, pela assessoria publicitária e por suporte jurídico. 

Sobre a acusação de ausência de registros de atuação parlamentar, Gambale respondeu: “Ela pode exercer a função de primeira-dama nas horas vagas, sem problema jurídico. O assessor não precisa estar fisicamente em Brasília, pode atuar na base, como ela faz aqui no Vale do Paraíba”. O parlamentar também atribuiu a denúncia a motivações políticas: “Infelizmente, tem gente que foi derrotada nas urnas e prefere gastar energia com denúncias sem fundamento”.

O prefeito Yan Lopes também se manifestou nas redes sociais. Em vídeo, afirmou que sua esposa é vítima de ataques políticos e que não há provas de que ela não trabalha como assessora. “A Ana Paula é uma mulher honesta, uma mãe dedicada e uma esposa que me ajuda muito, inclusive na vida pública”, disse, utilizando o primeiro nome da esposa. “É lamentável ver como tentam atingir uma mulher que apenas quer ajudar a cidade”.

Yan afirmou que confia na Justiça e reiterou o compromisso de sua gestão com a transparência. A Prefeitura de Caçapava, em nota oficial, disse que Eliane atua como assessora parlamentar desde antes das eleições e que ela não exerce função oficial no Fundo Social de Solidariedade, cuja responsabilidade é do Chefe de Gabinete.

A denúncia segue em análise pelo Ministério Público Federal. O denunciante pede, entre outras medidas, a abertura de inquérito civil e criminal, devolução dos valores recebidos e suspensão dos direitos políticos da primeira-dama.