Delegado filiado ao PL denuncia Júnior Jr sobre suposto esquema de "rachadinha" em Ubatuba
Defesa de vereador José Roberto Campos Monteiro Junior contesta indiciamento por "rachadinhas" em Ubatuba
Os advogados do vereador José Roberto Campos Monteiro Junior, conhecido como Junior Jr (Podemos), candidato à reeleição à Câmara Municipal de Ubatuba, emitiram um comunicado contestando seu indiciamento pela Polícia Civil de São Paulo em um inquérito que investiga um suposto esquema de "rachadinhas" no legislativo municipal. O parlamentar, ao lado de outros dois vereadores, é acusado de desviar recursos públicos por meio da exigência de repasse de salários de servidores comissionados.
A defesa de Júnior Jr atribui o indiciamento ao que classifica como "uso político" do inquérito, alegando que a prefeita afastada de Ubatuba, Flávia Pascoal (PL), que também é candidata à reeleição, está por trás das acusações. Segundo os advogados, a prefeita seria "a grande algoz" do vereador, utilizando o processo para prejudicá-lo nas eleições. A defesa afirmou ainda que o delegado responsável pelo caso seria filiado ao mesmo partido político de Flávia Pascoal, o que, segundo eles, indicaria parcialidade na condução da investigação.
Os representantes legais de Junior Jr também criticaram o fato de que, mesmo apontando inconsistências e supostas inverdades nos depoimentos de testemunhas, as alegações da defesa não teriam sido consideradas pela autoridade policial. Eles alegam que as testemunhas ouvidas teriam ligações próximas com a prefeita e que uma delas seria candidata a vereadora pelo mesmo partido.
A defesa do vereador ressaltou que o inquérito foi encerrado "às pressas", próximo ao pleito eleitoral, sem que Junior Jr tivesse a oportunidade de ser formalmente ouvido para esclarecer as acusações. Além disso, destacam que somente pessoas ligadas à prefeita e a seu partido foram chamadas para depor, o que, segundo eles, teria beneficiado a adversária política.
O comunicado conclui afirmando que o indiciamento foi realizado de forma "precária e proposital", com o objetivo de prejudicar o vereador e favorecer a prefeita Flávia Pascoal, que, conforme mencionado pela defesa, foi recentemente afastada do cargo por atos de improbidade administrativa. Os advogados colocaram-se à disposição para prestar mais esclarecimentos sobre o caso.
Até o momento, a assessoria de Flávia Pascoal não se manifestou sobre as alegações da defesa do vereador Junior Jr. O inquérito continua sob investigação, e as eleições municipais estão marcadas para ocorrer em breve.
A reportagem entrou em contato com a Secretária de Segurança Pública de São Paulo, mas até o fechamento desta reportagem não recebeu retorno. A assessoria de imprensa de Flávia Pascoal também não respondeu com o posicionamento sobre o caso.