O presidente do Corinthians, Augusto Melo, fez nesta segunda-feira (26) um pronunciamento marcante no qual reconheceu que sua permanência à frente do clube está chegando ao fim. Cercado por conselheiros e apoiadores no Parque São Jorge, ele evitou usar o termo "renúncia", mas admitiu que, diante do avanço do processo de impeachment, o desfecho é inevitável.

“Não estou renunciando, mas sei que minha missão aqui está cumprida. Vou lutar até o último momento, mas respeito o rito democrático do Corinthians”, declarou, visivelmente emocionado.

O dirigente é alvo de um processo de impeachment impulsionado pelas denúncias envolvendo o contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet. A suspeita de irregularidades financeiras e a pressão interna tornaram insustentável sua permanência, mesmo que ele insista em dizer que “não há provas contra sua gestão”.

“Tudo o que fiz foi pelo Corinthians. Enfrentei desafios enormes, mas sempre com o objetivo de elevar o nome do clube”, reforçou.

Nos bastidores, a expectativa é de que a votação para o afastamento definitivo de Augusto Melo seja concluída em breve, com ampla maioria favorável ao seu impedimento. Caso se confirme sua saída, o primeiro vice-presidente, Osmar Stábile, deve assumir interinamente a presidência até a convocação de novas eleições.

O episódio marca um dos capítulos mais turbulentos da história política recente do Corinthians, escancarando conflitos internos e o impacto das crises administrativas sobre a imagem do clube. Ainda assim, Augusto Melo garantiu que vai defender sua honra e que seguirá “lutando pelo Corinthians, dentro ou fora do cargo”.