“Até cachorro tem casa, porque a gente não pode ter?” diz representante do Morro do Fórum após entregar carta a governador
Moradores do Morro do Fórum sofrem com ordem judicial para desejo de mais de 170 famílias
Representantes dos moradores do Morro do Fórum foram até a cerimônia de posse do cacique Cristiano Kiririndju como coordenador de Políticas Públicas para os Povos Indígenas do Estado, na ocasião eles entregaram uma carta com pedido de ajuda para resolver a situação da desocupação da ao governador do estado de São Paulo, Tarcisio Gomes, Republicanos.
Na carta, os moradores pedem a concessão de uma área no bairro do Horto Florestal para abrigar 200 casas populares, o pagamento de aluguel social, além de uma audiência com Tarcísio para discutir a questão. Os moradores do Morro do Fórum estão prestes a serem despejados por conta de uma ordem judicial. A justiça determinou que a ordem seja cumprida no próximo dia 27. A decisão judicial enfatiza que as casas, além de irregulares, estão em área de risco.
A representante dos moradores, Daniela Pedro, após entregar a carta ao governador de São Paulo conversou com a reportagem do T7 News, ela disse estar confiante que o político ajude a comunidade em que ela vive.
“Eu fui pedir para ele, num momento de desespero, para ele poder receber nosso pedido, porque são 173 famílias postas na rua(...)Eu estou aqui representando uma comunidade inteira que está com medo de ser posta na rua na altura da temporada. Eu vim pedir ajuda, a gente está desesperado, a gente está pedindo socorro. Socorro! O que estão tentando fazer com a gente não está certo.”
Segundo Daniela, já houveram diversas tentativas de acordo com a prefeitura da cidade, mas ainda não houve um acerto entre as partes. Segunda ela foi oferecido para os moradores do local um aluguel social de R$600,00.
"Uma cidade como Ubatuba, que o aluguel de uma kitnet com banheiro é R$1500,00, o que se faz com R$600 por três meses? indaga a moradora"
Ainda de acordo com a representante dos moradores, o poder público ainda não ofereceu um local para que seja construído um conjunto habitacional para essas 173 famílias morarem.
Chorando de emoção, ela disse estar confiante quando questionada sobre o que Tarcísio respondeu, "ele falou que vai nos ajudar e a gente está indo embora muito feliz, porque eu esperava que ele fosse nos ouvir, que ele fosse nos receber. é um momento de desespero, que a gente está passando então essa é nossa última oportunidade. de ser ouvido, de alguém olhar por nós com olhar de humanidade, com olhar de dignidade, para nós sermos tratados como seres humanos".
A reportagem entrou em contato com a secretaria de comunicação da prefeitura de Ubatuba, mas ainda não recebemos resposta da solicitação. O T7 News também entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo do Estado de São Paulo, questionado como poderá ajudar a comunidade e quais passos irão seguir para isso, mas até o momento também não obtivemos uma resposta.