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O CÉRGIO DOS CEM-DIAS E OS SEM-DIAS DO SÉRGIO

O que os 100 dias não escondem. O tempo passou voando em 2025 para os taubateanos, menos para o prefeito Sérgio Victor, que, por não viver Taubaté, sentiu o ardor das cinzas das horas lhe corroer o sono, a paz e a tranqüilidade.

Paulo Ribeiro | Data: 10/04/2025 08:10

O tempo passou voando em 2025 para os taubateanos, menos para o prefeito Sérgio Victor, que, por não viver Taubaté, sentiu o ardor das cinzas das horas lhe corroer o sono, a paz e a tranqüilidade. 

Jamais imaginaria que em tão pouco tempo suas noites de sono tranqüilo seriam turbadas pelo clamor cada vez mais vigoroso dos milhares de servidores e servidoras municipais de Taubaté que se dizem traídos pelo jovem prefeito que, quando mais jovem ainda, como deputado, votou pelo fim das faltas abonadas. Os servidores já sabiam que a figura do jovem político candidato a prefeito, de voz mansa, de promessas vazias entre uma tossida e outra, se desenhava como uma tragédia anunciada. 

Não demorou. E logo que assumiu, já estava com todo o “script” pronto e com o alvo definido: os servidores municipais de Taubaté. Esses seriam o inimigo a ser abatido. Em ações sistemáticas, paulatinamente, o cronograma passou a ser executado: cancelamento dos concursos, elaboração de um diabólico PDV, corte de 30% nas secretarias e o mais draconiano de todos que é alteração da base de cálculo da insalubridade para esses servidores.

Nesse período tão curto para muitos, mas uma eternidade para o jovem alcaide, quero lembrar que a administração pública é regida basicamente por 05 princípios. Não custa nada repeti-los, haja vista que rábula é o que não falta nesta cidade: LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e EFICIÊNCIA. Grifei o terceiro princípio de maneira proposital por entender ser o mais importante dos princípios administrativos, superando até mesmo a legalidade. Em alguns momentos da administração é possível seguir a máxima: “FAÇA O ILEGAL, MAS NÃO FAÇA O IMORAL”. Porém, para seguir essa máxima é preciso mais do que um cargo político, é preciso ter em sua natureza a decência e o caráter determinado de quem não se curva às veleidades do mundo dos homens onde os conchavos particulares, regados pelo vil metal, se fazem imperativos.

É imoral condenar grande parte dos servidores à penúria, à miserabilidade pela queda do poder aquisitivo. É imoral retirar quase mil famílias do Cartão Mesa Taubaté empurrando-as fatalmente para os viadutos e pontes, aumentando a concorrência com os já numerosos vendedores de paçoquinha e sacos de lixo. Imoral também é induzir a opinião pública a ver o servidor público municipal como um estorvo e parasita.

Tudo isso é imoral, mesmo com ares de legalidade.

Contudo, imoral mesmo é pregar a redução de custos em cima dos servidores e, em nenhum momento, colocar um freio nos cargos comissionados que, em muitos casos, não resistem a um “relógio de ponto”

Ao contrário desse rompante de legalidade, seria de extrema nobreza afrontar o Ministério Público ou qualquer outra instituição e alegar o caráter humanitário desses benefícios e o risco de degradação social que essa supressão de benefícios poderá causar à população de baixa renda e aos servidores em geral.

Quando um administrador, por inépcia ou pelas qualidades próprias de um títere, resolve reduzir benefícios sociais, já deve saber que essas ações pequenas causarão imediatamente a queda na circulação de dinheiro, principalmente no comércio dos bairros. 

Bairros? O que é isso?

Passados 100 dias, o que mudou pra melhor em Taubaté? Sei lá!

Na segurança, nada para comemorar: Roubos, estupros de vulneráveis e furto de veículos com índices elevados. Polícia Municipal desmotivada pela adoção de velhas políticas que não deram certo. O mesmo se dando com os profissionais da Mobilidade, sem efetivo e sem valorização. 

Na saúde, profissionais pedindo licença sem remuneração. 

Na “Obras”, servidores expostos a animais peçonhentos como escorpiões e cobras. E por falar em obras, as chuvas estão indo embora e qual projeto está sendo preparado para o ano que vem para contenção das inundações na cidade?

Na política, a relação com a Câmara Municipal não tem sido das melhores e a tendência é piorar com o levante dos servidores ganhando volume a cada dia e arrastando a maioria dos vereadores para o enfrentamento ao prefeito.

Nenhum prefeito segue adiante sem uma relação harmoniosa com o legislativo. Em Taubaté, não será diferente. Tempos sombrios povoam a estrada do ex-jovem deputado que, desde a mais tenra idade política, não fora muito simpático aos direitos dos trabalhadores e que agora, na condição de chefe do executivo, poderá realizar todos os seus desejos contra o serviço público, sobretudo contra os servidores, como se fosse uma fixação em desejar maldade aos serviços prestados pelo município, sempre entoando o mantra do “estado mínimo”.

Com todo este cenário dantesco que asfixia o mundo idílico do jovem mancebo, é certo afirmar que seus dias serão breves e as noites serão longas, transformando 2028 no seu maior pesadelo e no seu grande ocaso.

Enfim, Sérgio seria um prefeito perfeito, se não existisse.

SE É QUE VOCÊ ME ENTENDE...

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