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E agora, José (Sérgio)?

Como é possível fazer uma nova Taubaté se valendo de pensamentos anacrônicos que outrora foram testados e reprovados?

Paulo Ribeiro | Data: 21/12/2024 11:51

Na última terça feira, 17 de dezembro, compareci à Câmara Municipal de Taubaté para assistir à última sessão ordinária da atual legislatura e a última para alguns que, apesar de 4 anos de “incansável esforço”, não conseguiram a reeleição.

Durante as falas na tribuna, era possível ver a diferença de conteúdo nas palavras. Como regra, os que ficam para a próxima legislatura prenunciaram dificuldades extremas para o próximo ocupante do Palácio do Bom Conselho na condução de uma cidade com uma dívida beirando R$ 1.000.000.000,00(um bilhão de reais). Já os que partem para a quietude de seus lares, com o aval do eleitorado que os deixou alijados da peleja legislativa, deixaram sinais claros, seja pela voz embargada, seja pelas previsões certeiras de que voltarão a ocupar aquele cargo por entenderem que são merecedores, independentemente da vontade daqueles que os protelaram.

Um paradoxo na voz daqueles que se despediam: era nítida a desesperança sob a forma de um langor monótono superficialmente recheado de esperança na certeza da volta expressada por um ATÉ BREVE!

É preciso que entendam que o tempo passou e o bastão está com novos corredores e que o futuro legislativo será desses novos “players”. E a esses próceres, caberá a missão responsável, e não inconseqüente, de legislar sobre o que é melhor para a cidade, o que é melhor para o coletivo, deixando de lado os interesses escusos ou pessoais, jamais se esquecendo de que o público sempre prevalecerá sobre o privado.

Mas nem só de edis vive a administração política da nossa cidade. A menos de 400 metros da Casa de Leis, está a sede do Poder Executivo que brevemente (entendam como quiserem esse advérbio) será ocupada pelo vencedor da disputa eleitoral. Precisamos ter a responsabilidade de cidadãos decentes que, embora tendo o adversário como eleito, deixam as diferenças para a época de campanha e seguem apoiando o escolhido para que a cidade dê certo. Só assim todos serão vitoriosos.

Lamentável saber ou ouvir da existência de aves de mau agouro da administração pública que funcionam como verdadeiros coveiros da nossa esperança em uma cidade melhor para aqueles que hão de vir.

Não tenho o menor alinhamento ideológico nem político com o grupo vencedor das últimas eleições e deixei evidente em toda a minha campanha, principalmente no horário eleitoral, o que eu defendia e ao que me opunha. Porém, isso não é motivo para eu embarcar no bloco do QUANTO PIOR MELHOR.

Mas não só de compromisso popular se faz a administração da cidade. O papel principal será exercido pelo Prefeito eleito. A situação delicada de Taubaté após 1º de Janeiro de 2025 se assemelhará a um vôo cego em que o piloto terá dificuldade de saber o rumo a seguir. Para orientar o nosso jovem piloto, ousarei dar-lhe o azimute sob a forma de duas coordenadas: INOVAR x RESULTADOS.

A sua escolha foi um grito ensurdecedor da maioria pela mudança resumida na figura de um candidato jovem e que passou uma proposta ousada de transformação social pelo empreendedorismo. Palmas para essa proposta, pois sou um fã incondicional da ousadia e da loucura política.

Mas como diria Odorico Paraguaçu, “talqualmente” Cinderela, esse encanto pelo novo pode acabar antes da meia noite. Basta olhar as coordenadas do azimute e analisar os primeiros passos dados pelo piloto em vôo cego. Inovar x Resultados define uma relação de causa e efeito que trará para nossa cidade os resultados benéficos que tanto almejamos para rompermos com o passado de atraso. Esses resultados positivos viriam com os princípios de inovação propalados pelo outrora candidato e agora próximo prefeito de Taubaté.

Mas, por que o encanto está esboroando-se tão repentinamente? Por que tanto pessimismo? Alto lá! Isso é realismo matemático! Como é possível chegar a um novo destino seguindo por velhos caminhos?

Como é possível fazer uma nova Taubaté se valendo de pensamentos anacrônicos que outrora foram testados e reprovados?

Talvez esse deslize sistêmico seja a grande casca de banana posta pelo Alcaide eleito no próprio caminho. Nomear antigos nomes sem efetivamente avaliar seus resultados não é ousadia, mas uma insana TEMERIDADE. Creio que para amenizar o deslize ou o impacto da queda, faz-se prudente consultar a opinião de trabalhadores que já foram chefiados pelos escolhidos.

Repito que resultados novos só surgirão com novas formas de pensar. Certamente uma atenção especial deve ser dada à segurança pública. A Polícia Municipal precisa ser direcionada para a doutrina de polícia cidadã que tem como meta proteger a dignidade humana e em segundo plano a propriedade, abandonando a idéia de que há cidadão de primeira e segunda categoria.

O maior risco do anacronismo para uma força policial do município é a sua militarização que traz como essência a idéia de inimigo a ser eliminado. Isso explica a truculência de forças de segurança nas regiões periféricas das cidades.

Esse pensamento não agride apenas a periferia, atinge a classe trabalhadora da segurança que começa a ter problemas psicoemocionais. O agravamento se dá sem que o poder público atente para urgência de cuidar da saúde mental desses trabalhadores.

Por fim, para saúde política do próximo Prefeito, recomendo a ele que toda noite recite este mantra: NÃO SE CHEGA A NOVOS RESULTADOS USANDO VELHAS FÓRMULAS.

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