Livro que conta a história da cantora Celly Campello será lançado em Taubaté neste sábado, 27
Em 500 páginas, Garota Fenomenal resgata a cantora dos mega-hits Estúpido Cupido, Banho de Lua e Broto Legal, que largou a carreira no topo das paradas aos 19 anos para se casar
Taubaté recebe no próximo sábado, 27, o lançamento o lançamento do livro “Garota Fenomenal – Celly Campello e o nascimento do Rock no Brasil”, de Dimas Oliveira Jr. e Gonçalo Junior.
O lançamento na cidade onde Celly viveu parte da sua vida será na entrada principal do Via Vale Shopping, das 14h às 18h.
“Garota Fenomenal – Celly Campello e o nascimento do Rock no Brasil”, lançamento da Editora Noir, com 500 páginas, é o resultado de seis anos de extensa pesquisa e muitas entrevistas, vai além de contar como uma menina adolescente virou a música brasileira de pernas para o ar. A ponto de fazer Gilberto Gil sentir saudade dela no exílio em Londres, durante a ditadura militar, como ele registrou na letra de Back in Bahia “Lá em Londres, vez em quando me sentia longe daqui/Vez em quando, quando me sentia longe, dava por mim/Puxando o cabelo/Nervoso, querendo ouvir Celly Campelo pra não cair/Naquela fossa.”
Não existirá jamais um fenômeno musical no Brasil como Celly Campello. Entre os 15 e os 19 anos de idade, de 1958 a 1962, ela lançou cinco álbuns e três dezenas de compactos e colocou pelo menos 20 sucessos nas paradas de todo Brasil, a maioria versões em ritmo de rock and roll bem abrasileiradas pelo compositor Fred Jorge de sucessos americanos, italianos e franceses. Como “Estúpido Cupido”, “Túnel do Amor”, “Lacinhos cor de rosa”, “Banho de Lua”, “Broto Legal”, “Tammy”, “Canário”, “Não tenho namorado” e “Hey Mama”, entre outros.
Nesse período, ao mesmo tempo que João Gilberto inventava a bossa nova e Anísio Silva plantava a semente da hoje chamada música brega, todos da gravadora Odeon, Celly literalmente criou um mercado de música para jovens, que não existia até então. Todos os talentos juvenis que surgiram nas últimas décadas tinham de cantar sambas-canções e boleros para adultos, com suas traições e dores de cotovelo. Em quatro anos, Celly foi eleita a Rainha do Rock pela Revista do Rock e ganhou 54 entre todos os maiores prêmios da música brasileira. Pirralha, desbancou rainhas como Ângela Maria, Doris Monteiro, Emilinha Borba, Marlene, Izaurinha Garcia, Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira e a cultuada Maysa.
Quando estava em primeiro lugar em audiência com o programa Crush em HI-FI, que apresentava com o irmão Tony Campello na TV Record, porém, Celly cedeu à pressão do namorado, um contador da Petrobras, e largou tudo para se tornar uma dona de casa e mãe de duas crianças. Muita gente pensou que sua história terminou aí. Longe disso, uma história totalmente desconhecida e dramática, que incluiria seis anos de sofrimento de câncer, tinha início.
A partir de longas conversas com os dois irmãos da estrela – Nelson Filho e Tony Campello, o viúvo Eduardo Chacon – falecido em dezembro passado – e amigos de infância e adolescência, além de astros como Wanderléa, Renato Teixeira e Agnaldo Rayol, a narrativa vai além com a dramática vida da cantora em suas múltiplas tentativas de voltar a fazer sucesso, até surgir consagrada pela novela Estúpido Cupido, da Rede Globo, que estreou em 1976.
Na verdade, a obra é um precioso documento sobre a chegada do rock and roll no Brasil. Os autores revelam, por exemplo, como cantores e grupos negros tentaram introduzir o ritmo no Brasil. Em uma passagem, conta como Celly recusou um convite da Record para apresentar o programa Jovem Guarda, que poderia ter mudado os rumos da carreira de Roberto Carlos, então um cantor pouco conhecido.
Serviço:
Lançamento: Garota Fenomenal – Celly Campello e o nascimento do Rock no Brasil
Via Vale Shopping
Sábado, 27, das 14h às 18h,
Entrada principal – Piso térreo
Av. D. Pedro I, 7181 – Taubaté