Essa semana, na novela Vale Tudo, da Rede Globo,uma presença especial reacendeu a memória afetiva de muitos telespectadores: Simone Soares, atriz de múltiplos palcos, talentos e jornadas, voltou à telinha com aquele charme natural e a segurança de quem já andou por muitos caminhos — e brilhou em todos eles.

Nascida em Taubaté no outono de 1977, Simone sempre teve uma quedinha fatal pelas artes. Ainda menina, encarnou sua primeira personagem no “Sítio do Picapau Amarelo” — o da cidade natal, claro — vestindo-se de Emília com uma peruca feita pela avó, cheia de retalhos e imaginação. De lá pra cá, nunca mais largou a cena. Apresentou programas em rádio e TV locais, antes mesmo de completar 18 anos. Quando a maioridade chegou, não pensou duas vezes: fez as malas, partiu pra São Paulo, e foi encarar de frente a vida de atriz. Ou, melhor dizendo, a vida de quem quer ser atriz num mundo que não facilita.

Enquanto os testes de elenco não vinham, ela vendia carros numa concessionária — e vendia bem. Fazia faculdade de marketing, estudava teatro à noite, e seguia firme no corre. Era o início da lapidação de uma artista que não esperava sentada pelo estrelato. Corria atrás, com salto, planilha, texto decorado e um olhar sempre atento.

O resto é uma caminhada que mistura talento, disciplina e carisma de sobra: da Record ao SBT, e finalmente à Globo, onde participou de novelas e séries como A História de Ester, Tiro e Queda, A Lua Me Disse, Sete Pecados, Malhação, O Astro, Maysa, entre tantas outras. No cinema, deu vida a personagens em Assalto ao Banco Central, Xuxa em o Mistério de Feiurinha, Tô Ryca, e protagonizou — e produziu — o sensível Até a Noite Terminar.

Mas não para por aí: Simone ainda é dubladora, apresentadora, empreendedora, e mesmo com a agenda cheia, arruma tempo pra causas importantes — como sua participação no Dia Mundial do Diabetes, emprestando sua imagem e sua voz com afeto e responsabilidade.

Hoje, com a maturidade de quem conhece os bastidores da arte e da vida, Simone está envolvida em dois projetos audiovisuais promissores: A Baronesa e As Irmãs Pagãs. Dois nomes fortes, como ela.

Simone Soares é dessas artistas que não se encaixam num rótulo só. É atriz, é produtora, é guerreira, é mulher que veio do interior, conquistou a cidade grande, mas nunca perdeu o brilho do olhar de Emília — aquela feita à mão, com os retalhos da avó, que dava show na escola e no Sítio. A mesma que hoje entra na sua casa pela TV com a mesma naturalidade de quem nasceu pra isso.

Porque estrela boa não precisa de palco pra brilhar. Ela brilha porque é.