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Maria Cecília Guisard Audrá, uma eterna saudade!

Maria Cecilia dedicou-se intensamente a pesquisas e à preservação da história de sua família, destacando a importância do seu legado para o desenvolvimento social, industrial e político de Taubaté

Dimas Oliveira Junior | Data: 07/06/2024 12:29

Hoje, com o coração cheio de saudade e gratidão, venho prestar minha homenagem à minha saudosa amiga, a grande dama taubateana, Maria Cecilia Guisard Audrá. Nascida em 7 de junho de 1921, Maria Cecilia foi uma verdadeira joia da nossa cidade, uma artista plástica, escritora e memorialista que dedicou sua vida a preservar e compartilhar a rica história de sua família e de Taubaté.

Neta do industrial Félix Guisard e filha do Dr. Félix Guisard Filho e dona Maria Eulália – Maricotinha, Maria Cecilia cresceu em um ambiente repleto de cultura e tradição. Casada com Arthur Boeris Audrá, um dos políticos mais honestos e honrados da história brasileira, ela viveu uma vida dedicada não só à sua família, mas também à sua cidade. Arthur foi deputado estadual e federal, além de chefe da Casa Civil no governo de Ademar de Barros, e juntos, eles formaram um casal de grande influência e integridade.

Maria Cecilia dedicou-se intensamente a pesquisas e à preservação da história de sua família, destacando a importância do seu legado para o desenvolvimento social, industrial e político de Taubaté. Sua obra, "Olhando para o Passado", é um testemunho inestimável dessa dedicação, retratando a vida de seu avô Félix Guisard e sua contribuição fundamental para a região do Vale do Paraíba com a instalação da Companhia Taubaté Industrial – CTI.

Seus esforços não passaram despercebidos. Em uma justa homenagem, a Biblioteca Infantojuvenil no Centro Cultural Municipal Toninho Mendes leva seu nome, eternizando sua contribuição cultural e social para Taubaté. Sua paixão pela cidade e seu compromisso com a memória coletiva fizeram dela um verdadeiro patrimônio cultural.

Atualmente, estou trabalhando na revisão de seu impressionante diário de vida, com o objetivo de lançá-lo em um livro que perpetue sua memória e história. Esse diário é um tesouro íntimo e emocional, repleto de relatos do cotidiano de Taubaté nas décadas de 20, 30 e 40, escrito com um "cheiro de saudade" que nos transporta para uma época rica em histórias e emoções. Entre esses relatos, destaca-se o fato de Maria Cecilia ter sido a primeira mulher a possuir uma carteira de motorista na cidade, na década de 30, e ter recebido o título de a mais linda mulher da cidade.

Maria Cecilia Guisard Audrá viveu até os 100 anos, falecendo em 8 de agosto de 2021. Sua presença deixou uma marca indelével em todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. Seu legado, suas histórias e seu amor por Taubaté continuarão a inspirar gerações futuras.

Minha querida amiga, você é insubstituível e sua memória merece ser eternamente lembrada por nossa cidade. Sua vida plena e suas contribuições inestimáveis não serão esquecidas. Obrigado por tudo, Maria Cecilia.

Ademais, é crucial enfatizar a importância da preservação da memória e da história para as novas gerações. A memória é o alicerce sobre o qual construímos nossa identidade e, sem ela, corremos o risco de perder nossas raízes e, consequentemente, nossa essência. Transmitir a história de figuras como Maria Cecilia para os jovens é garantir que conheçam, respeitem e preservem suas próprias raízes.

Iniciativas como a revisão e publicação do diário de Maria Cecilia não apenas celebram sua vida, mas também servem como um recurso educativo valioso. Ao levar essas histórias para as escolas e bibliotecas, estamos plantando sementes de consciência histórica e cultural nos corações e mentes dos jovens. Eles são o futuro, e é nossa responsabilidade equipá-los com o conhecimento do passado para que possam construir um futuro mais consciente e conectado com suas origens.

Que a história de Maria Cecilia Guisard Audrá continue a inspirar e educar, lembrando-nos sempre da importância de honrar e preservar nossa herança cultural.

“Com treze anos, aprendi a dirigir automóveis com o motorista de meu pai; não existiam auto escolas. Aprendia-se em casa e depois na delegacia um soldado fazia o exame, eu fiz e passei... mas como? Eu tinha treze anos! É que o motorista conseguiu (eu nunca soube como) que em minha carteira, de, motorista eu tivesse vinte e um anos. Letícia já tinha sua carteira aos dezessete, Que também foi antes da idade. Mas tudo era diferente em 1934, pois éramos as únicas mulheres com permissão para guiar em Taubaté, que possuía uns duzentos automóveis. Meus pais tinham confiança em nós, permitindo que guiássemos até nas viagens á São Paulo acompanhadas por um “choffeur””

Maria Cecília Guisard Audrá – Um Contar de Vida


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