Neste final de semana, São Paulo foi palco de um evento marcante: a celebração dos 20 anos do Programa Cultura Viva e dos 10 anos da Lei Cultura Viva. O Encontro Paulista, realizado no Edifício Oswald de Andrade, no centro da capital, destacou-se como um momento decisivo para a cultura brasileira, consolidando a participação ativa e a escuta do Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas. Este evento simbolizou a política pública de cultura de base comunitária mais bem-sucedida da América Latina.

Representantes do Fórum Paulista e da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura estiveram presentes, discutindo os desafios e as oportunidades para avançar na gestão compartilhada entre o Estado e a Sociedade Civil, com foco na Política Nacional de Cultura Viva – PNCV – e na Política Nacional Aldir Blanc – PNAB. O evento promoveu uma integração significativa entre pontos de cultura, artistas e produtores, em um ambiente de troca horizontal e de encantamento cultural.

Diversos municípios, incluindo Pindamonhangaba, Taubaté, Itapeva, Mairiporã, Votuporanga, Ubatuba, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Apiaí, Bauru, Praia Grande, Jaú, Mauá, São Carlos, Sorocaba, Salto, Guaíra, Presidente Prudente, Itaquera, Jales, Cananéia, Araçatuba, Ilha Solteira, Itapecerica, Barretos e Itu, estiveram representados no encontro, evidenciando a abrangência e a diversidade da rede cultural do estado.

Coletivamente, foram apresentadas propostas para melhorar o Programa Cultura Viva, visando potencializar os recursos para a retomada dos investimentos nos Pontos e Pontões de Cultura, promovendo a identidade na diversidade e a alteridade comunitária. Leandro Anton, coordenador de Articulação da PNCV, destacou a importância da participação social e a consolidação do legado da Política Nacional de Cultura Viva.

“Parabenizamos cada ponteiro que participou ativamente deste processo, demonstrando a força da participação social. Estamos preservando, enaltecendo e consolidando o legado da Política Nacional de Cultura Viva”, afirmou Anton, que representou também a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

O estado de São Paulo abriga uma rede de cerca de 1.350 Pontos de Cultura, distribuídos em 17 regiões administrativas, sendo a maior rede estadual do Brasil. Marcelo Henrique de Assis, secretário executivo da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, ressaltou a importância do encontro. “Os desafios e oportunidades estão postos, mas os resultados são inquestionáveis. Os ponteiros de cultura estão discutindo e consolidando políticas públicas que fazem diferença na ponta. Enquanto Estado, seguiremos dando todo o apoio para que este importante espaço de diálogo siga vivo, forte e pulsante”, declarou Assis.

Durante a preparação para o evento, foram realizados 17 encontros virtuais, mobilizando redes e promovendo a articulação entre os participantes, fortalecendo a gestão compartilhada entre o Estado e a Sociedade Civil na implementação das Políticas de Cultura Viva. As atividades do encontro seguiram no domingo, 23 de junho.

Sobre os Pontos e Pontões de Cultura

Os Pontos de Cultura são grupos, coletivos e entidades culturais que desenvolvem e articulam atividades em suas comunidades e redes, reconhecidos e certificados pelo Ministério da Cultura. Os Pontões de Cultura, por sua vez, são entidades ou instituições que articulam um conjunto de pontos ou iniciativas culturais, promovendo ações de mobilização, formação e mediação.

Política Nacional de Cultura Viva

A PNCV valoriza e fomenta ações realizadas por coletivos e entidades culturais, fortalecendo a diversidade cultural brasileira. Atualmente, o Cadastro Nacional conta com mais de cinco mil Pontos e Pontões de Cultura em 1.400 municípios.

Marcelo Simon Manzatti, em sua fala, lembrou a importância de um diálogo contínuo sobre a Cultura Viva como política territorial. “A Cultura Viva não se resume a editais; ela deve influenciar mudanças e a melhoria da qualidade de vida. Os pontos de cultura e os mestres e mestras muitas vezes estão cercados por violência e falta de equipamentos públicos”, destacou.

Mario Jefferson, do Ponto Escola de Mídia Comunitária de Taubaté, expressou a alegria de participar do encontro. “Fiquei muito feliz por ser abraçado por tantas pessoas. Este encontro presencial deu oportunidade de ver que tudo que fazemos pelo coletivo tem ressonância. A cultura viva precisa de cada um de nós”, afirmou.

Foi ótimo celebrar os 20 anos da cultura viva na companhia de vocês. Parabéns as pessoas envolvidas na organização da celebração. Obrigada por tudo!  (Edi Reis - PdC Olhares de Dentro, Instituto Capiá, Ubatuba).

Taubaté esteve representada nesse encontro histórico pela Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi (Lani Goeldi), Ponto de Cultura Coletivo Magdalena Guisard (Dimas Oliveira Junior e Rafael Prando), Ponto Escola de Mídia Comunitária de Taubaté (Mário Jefferson Leite Mello), Coletico de Cinema da Cidade (André Ferreira), Kilometrate (Luiz Claudio Daniel), Capira Filmes (Claudia Mello) e Pontão de Cultura Central de Mídia e Distribuição Cultural (Rede Cidade de Comunicação e Cidadania). Mairiporã, representada pelo compositor, cantor, musico, ativista cultural e atualmente Gestor de Cultura da Secretaria de Cultura de sua cidade, o Ricardo Massonetto. Pindamonhangaba representada pelo grande mestre, o Secretário de Turismo e Cultura, Alcemir José Ribeiro Palma. São José dos Campos representada pela querida Jacqueline Baumgratz da Cia Bola de Meia.  

Além Da presença do grande mestre Celio Turino, historiador e o idealizador do programa Cultura Viva, quando estava como titular da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura – MinC – entre 2004 e 2010

Este encontro, além de celebrar duas décadas de conquistas, reforça a importância de uma cultura viva, inclusiva e transformadora, que continua a ser construída por todos os que acreditam no poder da arte e da cultura para mudar realidades e fortalecer comunidades.

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