O audiovisual não é mais apenas uma opção para quem sonha em fazer filmes. Hoje, ele se consolidou como uma profissão do futuro, abrangendo uma vasta gama de segmentos essenciais que merecem ser reconhecidos, valorizados e apoiados. Vai muito além das câmeras e dos diretores. Quando assistimos a um longa-metragem de ficção no cinema, a um documentário na TV, a um vídeo institucional durante uma palestra ou mesmo a um videoclipe musical na internet, saltam aos olhos os aspectos artísticos mais evidentes – a montagem, a trama, os diálogos, as interpretações… Porém, sempre será necessário o trabalho de uma grande variedade de outros profissionais para se chegar ao resultado visto na tela: fotógrafos de still, operadores de câmera e de áudio, roteiristas, editores, montadores, criadores de trilhas sonoras, cenógrafos, figurinistas, criadores de storyboards, designers gráficos, animadores produtores, cenógrafos, iluminadores, contrarregras. 

A multiplicação de meios e formatos de produção no mercado brasileiro, ocorrida nos últimos anos, abriu diversas possibilidades para a mão de obra disponível, tanto em nível técnico quanto em nível gerencial. Esse desenvolvimento precisa ser acompanhado pelo surgimento de diversas opções de formação e capacitação voltadas para o mercado audiovisual, num movimento que agregue qualidade aos produtos finais. 

Para garantir que esses profissionais adentrem o mercado de forma séria e competente, é imprescindível também se atentar à parte burocrática que envolve o setor. Muitos desconhecem a importância de registrar seus roteiros e ideias na Biblioteca Nacional, da emissão do CPB – Certificado de Produto Brasileiro, do pagamento da CRT – Contribuição para a Criação de Obras – e o necessário registro na ANCINE – Agência Nacional do Cinema. Essas são peças fundamentais para quem deseja atuar de maneira profissional no audiovisual, assegurando que suas criações estejam protegidas e que os processos legais sejam seguidos corretamente.

Essa formação precisa incluir o conhecimento dessas etapas, pois elas são o alicerce de uma carreira bem-sucedida. Garantir que os realizadores compreendam esses processos facilita a entrada no audiovisual, promovendo a segurança e a seriedade que o mercado exige. É necessário que esses profissionais estejam preparados não só criativamente, mas também administrativamente.

Além disso, é fundamental olhar para o audiovisual com uma visão de 360º, especialmente quando pensamos na divulgação da cultura brasileira. Nossa cultura e tradições são ricas e diversas, com uma infinidade de temas ainda inexplorados, sem limitações. O desafio não é apenas pensar em "A", "B" ou "C", mas sim ter o cuidado de enxergar o TODO. Saber realizar aquilo que desperta o interesse do público vai muito além de escolhas individuais, envolve uma percepção ampla e estratégica.

O audiovisual é uma estrada sem limites, sem semáforos vermelhos de alerta, apenas com verdes e amarelos nos guiando para um mundo maior, livre de barreiras regionais. É uma ferramenta poderosa de comunicação e transformação que amplia horizontes, conectando histórias e pessoas em um movimento contínuo de criação e inovação.

O futuro dessa indústria depende de investimentos em oficinas, escolas e projetos que proporcionem oportunidades reais para os jovens que desejam ingressar nesse mercado. Ser um artista não se resume a “ser um hobby”; ser artista é fazer parte desse mundo vasto e mágico, escolhendo sua especialidade e contribuindo para algo maior.

Os grandes vencedores são aqueles que conseguem enxergar o TODO, explorando o audiovisual em todas as suas possibilidades e criando pontes entre o tradicional e o contemporâneo. O futuro está nas mãos de quem ousa sonhar grande e explorar as infinitas oportunidades desse universo.

Fica a dica para os políticos: olhem o audiovisual como o futuro. Afinal, quantas campanhas não são realizadas através de recursos audiovisuais para divulgação? É hora de apoiar esse setor que já move o presente e será fundamental no futuro.