“Vamos lá, só para você mostrar onde está, para a gente enterrar o corpo”: irmã de Mariana confrontou suspeito antes da prisão
Vídeo mostra momento em que Gabriela Costa pressiona Luiz Felipe da Silva de Moura, que negava envolvimento com o desaparecimento da jovem; horas depois, ele indicou onde estava o corpo
A morte de Mariana da Costa Nascimento, de 27 anos, comoveu Taubaté e expôs o desespero de familiares em busca de respostas. A jovem foi encontrada morta na tarde desta terça-feira, 10 de junho, em uma área de mata no bairro Una, zona rural da cidade. O ex-namorado dela, Luiz Felipe da Silva de Moura, de 31 anos, foi preso em flagrante por ocultação de cadáver e é investigado por feminicídio.
Durante a manhã do mesmo dia, a irmã da vítima, Gabriela Costa, encontrou Luiz Felipe atrás de uma porteira, em uma propriedade rural, e gravou a abordagem. No vídeo, ela tenta convencer o homem a revelar o paradeiro de Mariana: “Vamos lá, só para você mostrar onde está, para a gente enterrar o corpo”, diz Gabriela. Luiz Felipe, no entanto, nega envolvimento e não fornece informações.
A gravação ocorreu após uma madrugada de buscas feitas pelas próprias irmãs de Mariana, que percorreram a zona rural em tentativa de localizá-la. O desaparecimento havia sido registrado pela família na segunda-feira, 9, um dia após Mariana sair para encontrar Luiz, com quem teve um relacionamento marcado por episódios de violência.
Apesar de uma medida protetiva concedida pela Justiça em abril deste ano, Mariana decidiu se encontrar com o ex no domingo, 8 de junho. De acordo com relato da irmã, houve uma discussão entre os dois, e a jovem não retornou para casa.
No fim da tarde de terça-feira, por volta das 16h30, a Polícia Civil localizou o corpo da vítima enterrado em uma cova rasa na Rua Marianna Aparecida do Norte da Silva, na Fazenda Canta Galo. A localização foi feita com base em informações prestadas pelo próprio Luiz Felipe. A perícia e o serviço funerário foram acionados.
Segundo o boletim de ocorrência, Mariana havia denunciado o ex-companheiro por perseguição no dia 22 de abril deste ano. Mesmo com a medida protetiva em vigor, ele continuava fazendo ameaças, segundo a família.
A Polícia Civil apreendeu objetos da vítima e do suspeito. Luiz Felipe foi conduzido à delegacia, onde continuou negando ter causado a morte da ex-companheira. A versão apresentada por ele — de que apenas teria enterrado o corpo após encontrá-la morta — é considerada contraditória diante dos indícios reunidos pela investigação.
A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva. O caso segue sob investigação da Deic de Taubaté.