Diário

Umidade relativa do ar chega aos 12% em Taubaté e pode cair mais. Como enfrentar os dias mais secos?

Níveis são preocupantes para a saúde e também para o aumento de focos de incêndio na região

Alexandre Soledade | Data: 11/09/2024 08:04

Taubaté vem sofrendo, nos últimos dias, com o clima seco e, nesta terça-feira (10), a umidade relativa do ar chegou a 12%, segundo dados apresentados pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

A última vez que Taubaté havia alcançado esse patamar foi em 24 de setembro de 2015, ou seja, esse é o menor índice registrado nos últimos nove anos. 

O índice de 12% também é segundo pior da série histórica para o mês, ficando atrás apenas do dia 15 de setembro de 2017, quando a umidade caiu para 10%, o pior registro desde o início da operação da estação automática do Inmet na cidade.

A baixa qualidade do ar tem sido motivo de alerta no site T7news.com.br com reportagens especiais nos últimos dias, que mostram os problemas que o clima seco pode provocar.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a umidade do ar ideal precisa estar em torno de 60%. 

Outras cidades da região também registraram níveis alarmantes de umidade relativa do ar. Em Cachoeira Paulista, o índice foi de 15%. Já em São Luiz do Paraitinga, o índice ficou em 20%. Na estação meteorológica de Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira, a mínima da umidade do ar foi de 22%.

Com isso, aumenta a possibilidade de incêndios, que transformaram a região num local perigoso com a quantidade de focos e grandes queimadas que Bombeiros e Defesas Civis tem combatido nos últimos dias.

Ainda nesta semana, ao menos quatro cidades do Vale do Paraíba e região registraram umidade relativa do ar menor ou igual à do deserto do Saara, no norte da África, onde a umidade do ar varia de 10% a 20%. 

De acordo com o coordenador do Ambulatório de Alergia em Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, João Mello, o ideal é que diariamente sejam tomados cuidados simples para não agravar problemas pulmonares e nasais.

“É importante que o ambiente esteja umidificado para que não haja o ressecamento das vias aéreas, e que o paciente ingira bastante líquido, a fim de ajudar o muco a funcionar corretamente. A segunda dica é evitar locais fechados porque isso facilita a contaminação de vírus, como gripes. E, aos pacientes que gostam de atividades físicas, indicamos que elas sejam realizadas antes das 9h e após às 17h”, afirma.

NOVO ALERTA


A Defesa Civil do Estado de São Paulo prorrogou até o próximo sábado (14) o alerta de risco elevado para incêndios em todo o estado. O mapa de risco, ferramenta utilizada pela Defesa Civil para monitorar queimadas durante a seca, aponta grau máximo de risco em grande parte do território paulista.

A previsão para os próximos dias é que o clima permaneça seco e estável, sem a ocorrência de chuvas, o que trará aumento das temperaturas e sensação de abafamento. 

E com o tempo seco, os níveis de umidade relativa do ar devem cair durante as tardes, intensificando o risco de incêndios florestais, principalmente em áreas com vegetação seca, exceto na região litorânea.

O tempo seco e a baixa umidade do ar, junto com a poluição e poeira, favorecem infecções, ardência e ressecamento dos olhos, boca e nariz, principalmente em crianças, idosos e doentes crônicos. Para evitar ou minimizar a ocorrência desses problemas de saúde alguns cuidados precisam ser redobrados.

Para não correr riscos e se manter saudável seguem 5 dicas importantes:

1 – Beba bastante líquido: nos dias secos, tome bastante líquido, principalmente água. A água auxilia no emagrecimento, melhora a pele, as funções renais e atua no transporte e absorção de nutrientes.

2 – Umidifique o ambiente: com moderação é possível usar umidificadores de ar. É importante lembrar que o ambiente não deve ficar úmido demais, pois favorece o crescimento de fungos, bactérias e ácaros. O ideal é que a umidade fique entre 55% e 60%. Outra dica é limpar com regularidade ventiladores e filtros de ar-condicionado.

3 – Use soro fisiológico: lave as narinas com soro fisiológico, pois ele ajuda a diminuir o desconforto no nariz. Evite usar apenas água pura ou soro caseiro para a limpeza nasal, já que o soro fisiológico tem composição mais próxima dos líquidos corporais. Manter a mucosa nasal hidratada evita sangramento nasal e dificulta a penetração de pólen pela mucosa.

4 – Mantenha a casa limpa: casa limpa é sinônimo de casa saudável, mesmo para quem não é alérgico. Ventile o ambiente e evite produtos de limpeza com odor forte (que são fatores irritantes para a mucosa respiratória). Quando for limpar a casa, utilize pano úmido para que a poeira fique no pano e não no ar.

5 – Fique de olho no horário da sua atividade física: evite realizar atividade física entre às 10h e 17h, quando geralmente a umidade do ar está mais baixa. Mesmo em ambientes fechados, dentro de casa ou da academia, o ar também vai estar seco.


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