Tribunal do crime é desmantelado em Ubatuba; suspeito confessa execuções e revela ossada humana
Homem preso por tráfico detalhou julgamentos e sentenças realizadas por facção criminosa no bairro Pedreira Alta
Uma operação da Força Tática da Polícia Militar, realizada na manhã de terça-feira, 17, desmantelou um tribunal do crime no bairro Pedreira Alta, em Ubatuba. Durante a ação, um homem chamado Laio José, de 37 anos, foi preso em flagrante por tráfico de drogas. Ele revelou detalhes sobre as atividades da facção criminosa, incluindo julgamentos e execuções de pessoas que desrespeitavam as regras impostas pelo grupo.
A captura de Laio ocorreu após uma estratégia cuidadosa. Policiais entraram pela mata para evitar serem notados por olheiros do tráfico e observaram o suspeito em uma via de fuga, portando uma sacola com drogas e dinheiro. Quando a viatura foi enviada para a área, o homem tentou fugir novamente para a mata, mas foi interceptado pelos agentes.
Após ser detido, Laio confessou que recebia R$ 2.000,00 em drogas para venda e apontou a localização de um barraco usado pela facção como depósito de entorpecentes e sede do tribunal do crime. Segundo ele, no local eram realizados "julgamentos" em que suspeitos eram "sumariados", ou seja, condenados à morte e executados. Laio admitiu ter participado de três julgamentos e indicou uma cova em mata fechada, onde a polícia encontrou uma ossada humana.
O local era de difícil acesso, exigindo cerca de dez minutos de caminhada por mata densa. As escavações foram realizadas pela Polícia Militar e acompanhadas pela perícia, que recolheu os restos mortais para o Instituto Médico Legal de Caraguatatuba.
Laio também informou à polícia os apelidos de outros integrantes da facção envolvidos nas execuções: “Da Morte”, “Bene” e “Adolescente”. Segundo ele, esses eram os responsáveis diretos pelas mortes, enquanto ele atuava nos julgamentos.
O homem foi encaminhado à delegacia, onde foi formalmente indiciado por homicídio qualificado e tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e mapear as atividades do grupo criminoso.