Policiais são presos por cobrar propina de funkeiros; MC Paiva, de São José, é citado
Operação da PF investiga cobrança para interromper apurações sobre rifas ilegais; MC Paiva, de São José dos Campos, está entre os citados
Quatro policiais civis foram presos preventivamente pela Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira, 25, durante operação contra um esquema de cobrança de propina de funkeiros e influenciadores digitais. Entre os alvos da investigação está o cantor Davi José Xavier Paiva, conhecido como MC Paiva, da zona sul de São José dos Campos. Ele soma 8,3 milhões de seguidores no Instagram.
As prisões ocorreram em Santo André, no ABC Paulista, durante a terceira fase da Operação Latus Actio, conduzida pela força-tarefa formada pela PF, Ministério Público de São Paulo e Corregedoria da Polícia Civil.
De acordo com a Polícia Federal, os policiais investigados atuavam no 6º Distrito Policial de Santo André e são suspeitos de cobrar propina para evitar o andamento de investigações contra influenciadores e artistas que divulgavam rifas ilegais nas redes sociais. A prática, segundo a PF, configuraria crimes como corrupção ativa e passiva, participação em organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
“Em síntese, havia instauração de procedimentos de Verificação de Procedência de Informações (VPI) por parte dos policiais supostamente para apurar a prática de sorteios (rifas) ilegais realizados por influenciadores. Entretanto, o verdadeiro objetivo era a solicitação de vantagem econômica indevida aos investigados e seus advogados”, afirma a PF, em nota.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Santo André, Mauá e São Paulo, além dos quatro mandados de prisão preventiva. O Judiciário determinou também a quebra do sigilo bancário dos policiais investigados.
Segundo a CNN Brasil, além de MC Paiva, o funkeiro Silas Rodrigues Santos, conhecido como MC Brisola, também é alvo das investigações. A ação desta sexta-feira é um desdobramento das operações “Latus Actio” e “Latus Actio 2”, realizadas em março e dezembro de 2024. MC Paiva já havia sido alvo de mandado de busca na segunda fase da investigação.