Uma jovem de 19 anos, grávida, foi vítima de uma tentativa de feminicídio na madrugada desta segunda-feira, 16 de junho, no bairro Perequê-Mirim, em Ubatuba. Segundo relatos de familiares, o ex-companheiro da vítima, de 21 anos, ateou fogo no quarto onde ela dormia. O incêndio teria sido motivado pelo inconformismo do agressor com o fim do relacionamento.

A vítima foi resgatada a tempo por vizinhos e familiares antes que as chamas consumissem todo o cômodo. Ela não sofreu ferimentos graves, mas precisou de atendimento médico. A ação rápida dos moradores impediu que o caso terminasse em tragédia.

De acordo com parentes, o homem vivia nos fundos da casa da mãe da jovem e já vinha apresentando comportamento agressivo. “Ontem mesmo, ele deu cotoveladas na barriga dela, bateu no rosto, destruiu os itens que ela tinha ganhado no chá de casa nova. Minha mãe ainda deu dinheiro para ele ir embora, mas ele rasgou e se recusou a sair”, contou uma parente da vítima.

O incêndio começou por volta das 0h50. Moradores da região perceberam o fogo e correram para ajudar. Usando baldes, mangueiras e desligando o disjuntor, os familiares conseguiram conter as chamas até a chegada da Polícia Militar. O Corpo de Bombeiros não chegou a ser acionado.

“O fogo tomou o quarto inteiro. Estourou piso, telhas, a fiação elétrica. Foi desesperador. A gente vive tudo junto no mesmo quintal, é muito difícil ver tudo isso acontecer. Só quem luta para construir uma casa sabe o valor das coisas”, relatou, emocionada, a irmã da vítima.

Logo após atear fogo no local, o agressor fugiu. A família teme novas agressões, já que ele conhece a rotina dos moradores. “Ele sabe os horários que a gente sai, das crianças indo pra escola. Estamos com medo”, disse a mesma familiar.

A jovem foi encaminhada ao hospital para exames e, em seguida, procurou a Delegacia da Mulher, onde registrou boletim de ocorrência e solicitou medida protetiva. O caso está sendo investigado como tentativa de feminicídio pela Polícia Civil, que realiza buscas para localizar o suspeito, que segue foragido.

Em publicação nas redes sociais, o Instituto Todas Por Uma destacou a gravidade do caso e reforçou a necessidade de políticas públicas efetivas para proteger mulheres em situação de violência. A organização também reconheceu o trabalho da delegada Ana Carolina e da equipe da Delegacia da Mulher de Ubatuba.

“A denúncia foi formalizada e seguimos atentas, solidárias e em luta. Por todas as mulheres”, afirmou a nota publicada pela entidade.