O corte de uma árvore na Rua Liberdade, ao lado do aeroporto de Ubatuba, gerou polêmica entre moradores nesta terça-feira, 9 de abril. A espécie retirada era uma aroeira (Schinus terebinthifolia), que, segundo moradores e até uma vereadora da cidade, fazia parte da história local.

A remoção gerou indignação nas redes sociais, onde moradores expressaram revolta com a decisão. “As árvores fazem parte da história da cidade, uma a menos… Ainda sem palavras. Parece que a gente fala com paredes”, escreveu Lidi Keche. Já Maria Lucia afirmou estar “extremamente indignada”, dizendo que havia fotografado a árvore dias antes e defendia apenas uma poda dos galhos. “Absurdo essa gestão de Ubatuba”, completou.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública explicou que a medida foi tomada após vistoria técnica realizada pela Defesa Civil. Segundo o órgão, foi constatada uma rachadura significativa no tronco principal da árvore, o que configuraria risco iminente de queda. A decisão seguiu o Decreto Municipal nº 8.116/2023, que permite a supressão de árvores em áreas urbanas em caso de risco à segurança pública.

“A condição fitossanitária da árvore indicava comprometimento estrutural grave, com potencial de causar danos à integridade física de pedestres, veículos e ciclistas”, disse a secretaria. A pasta afirmou ainda que a ação seguiu os princípios da precaução e da prevenção.

A vereadora Jaqueline Dutra questionou publicamente a decisão. “Por que cortaram uma árvore saudável? Quem está por trás do interesse da poda de árvore?”, escreveu em publicação nas redes. “Essa aroeira era uma das minhas preferidas. Parte da minha infância. Foi cortada SEM MOTIVO.”

Além das manifestações da população, há também cobranças sobre a capacitação dos profissionais envolvidos em podas e cortes. “As podas são tenebrosas, obviamente feitas por alguém que de nada entende de botânica”, criticou novamente Lidi Keche.

A Prefeitura de Ubatuba se manifestou atraves de nota: "De acordo com a Secretaria de Segurança Pública:

Em atendimento à solicitação da Diretoria de Políticas de Segurança Pública, e após vistoria realizada in loco, foi constatado, com a presença do Assessor da Diretoria de Defesa Civil, que a árvore da espécie Schinus terebinthifolia (Aroeira) apresentava rachadura significativa em seu tronco principal, configurando risco iminente de queda.

A condição fitossanitária da árvore indicava comprometimento estrutural grave, com potencial de causar danos à integridade física de pedestres, veículos e ciclistas . A análise técnica considerou os princípios da precaução e da prevenção, orientadores das ações da Defesa Civil.

Diante do risco evidenciado, e amparados pelo Decreto Municipal nº 8.116/2023, que regulamenta a Lei Municipal nº 3.531/2012, a qual estabelece diretrizes para o manejo de árvores em áreas urbanas quando houver risco à segurança da população, foi determinada a poda drástica e posterior supressão do espécime.

A medida foi tomada de forma emergencial e fundamentada na preservação da vida, segurança pública e ordem urbana, estando devidamente respaldada pela legislação vigente e pelas competências atribuídas à Defesa Civil em situações de risco iminente.

Atenciosamente;"