Uma nova era começa em Taubaté. Ou não?
O início da gestão do novo prefeito de Taubaté, Sérgio Victor, revela que a população busca algo fora do padrão. Contudo, a escolha dos vereadores mostra que nem sempre focamos em uma solução completa.
No dia 18 de dezembro, estive na Câmara para acompanhar duas votações importantes. A primeira tratava da rejeição das contas do ex-prefeito Ortiz Junior, enquanto a segunda envolvia a aprovação do orçamento de 2025 para o atual prefeito, Sérgio Victor (NOVO). O clima na casa legislativa era de festa: muitos vereadores rindo, um entrando dançando, outro ostentando um cordão de ouro e óculos novos, e alguns caminhando como se fossem donos do lugar—apesar de não terem sido reeleitos. Ou não?
A primeira frustração não demorou a chegar. As contas do ex-prefeito não foram votadas. O presidente da Câmara mal havia iniciado a sessão quando o vereador Nunes Coelho (Republicanos) pediu vistas ao processo. A plateia no auditório reagiu com reclamações, xingamentos e provocações, mas recebeu em troca apenas um sorriso do nobre vereador. Ou não?
Em seguida, veio a votação do orçamento. Havia uma proposta para reduzir de 20% para 6% a margem de alteração permitida ao futuro prefeito. Porém, o que se seguiu foi mais uma frustração. Enquanto alguns vereadores subiam ao púlbito, outros deixavam o local para conversar com a população. A atenção se voltou ao vereador Douglas Carbonne (Solidariedade), que sugeriu aumentar a margem para 50%. Nesse momento, o resultado parecia definido. No fim, houve até um pedido para retirar o item da pauta. Tudo organizado. Ou não?
Fim? Não! Dois dias depois, todos estavam novamente reunidos para, enfim, votar as contas do ex-prefeito. E, para surpresa de zero pessoas, as contas foram aprovadas, contrariando o entendimento do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Não compareci à sessão presencialmente, mas, ao final da transmissão, após a votação, ainda foi possível ouvir: “Vamos tirar uma foto!” Que alegria. Ou não?
Com o ano encerrado, chegou o dia 1º de janeiro e a posse dos eleitos. A composição da Câmara mudou pouco, cerca de 20%, indicando que a população acreditou que a culpa era dos prefeitos anteriores ou decidiu focar no grande mandatário. Um erro. Ou não?
O novo prefeito assumiu com muita empolgação. Anunciou que deseja um corte de 30% nas secretarias, deixando clara sua intenção. Porém, precisou emitir uma nota explicando que o corte também afetaria cargos comissionados. Entendemos, nesse momento, que o óbvio precisará ser dito. Ou não?
Enquanto isso, o prefeito ganha notoriedade, com figuras políticas de âmbito nacional compartilhando suas falas e objetivos. Mas nada é fácil. O portal OVALE divulgou que o prefeito teria oferecido dois cargos a vereadores em troca de apoio, inclusive em pautas polêmicas como a taxa do lixo. Que momento para tal matéria surgir. Ou não?
No domingo, 5 de janeiro, o prefeito anunciou a concessão de parques, o que gerou burburinhos sobre cobranças de entrada. Já no dia seguinte, ele precisou esclarecer que não haveria tal cobrança. Mais uma vez, o óbvio precisará ser dito. Ou não?
Ainda há muito por vir, e teremos muito a comentar aqui. Esperamos que as coisas realmente mudem desta vez, certo? Ou não?