Republicanos uni-vos!
Política Tarifária leva a deterioração da popularidade de Donald Trump.
Uma nova pesquisa de opinião pública revela um declínio significativo na popularidade de Donald Trump. Segundo o estudo, a maior divergência entre os eleitores está na política tarifária, que continua sendo um ponto de divisão. De acordo com a pesquisa, a desaprovação da política tarifária de Trump é ampla, com 52% dos americanos expressando insatisfação, enquanto apenas 36% se mostraram favoráveis a ela.
A pesquisa também aponta um crescente pessimismo em relação à economia americana. Os números mostram que a taxa de desaprovação do desempenho de Trump atingiu 51%, enquanto 43% o aprovam, uma queda de cinco pontos em apenas uma semana.
Quanto à avaliação pessoal do presidente, 43% têm uma visão favorável, enquanto 54% têm uma visão desfavorável. Entre o próprio eleitorado, a parcela que o vê favoravelmente caiu de 91% para 85%, enquanto a parcela que o vê desfavoravelmente subiu de 9% para 14%.
É sabido que Trump implementou uma série de tarifas, especialmente contra a China, que respondeu firmemente. A política tarifária, segundo o governo americano, tem o objetivo de proteger a indústria nacional e reduzir o déficit comercial. Embora essa abordagem tenha sido popular entre seus apoiadores, ela gerou um debate acirrado, principalmente porque as tarifas elevadas prejudicam as cadeias de suprimento, o que leva a uma consequente elevação dos preços para os consumidores.
Isso sem falarmos da crise dos ovos nos Estados Unidos, que foi causada por um surto de gripe aviária que abateu milhões de galinhas desde 2022. A escassez de ovos levou a um aumento nos preços, que impactou a inflação e a indústria alimentícia.
A gripe é de 2022, mas o problema agora é de Trump.
A crescente desaprovação de suas políticas tarifárias pode afetar negativamente as perspectivas do Partido Republicano nas próximas eleições. Tradicionalmente, o Partido Republicano tem se alinhado com uma agenda de livre mercado, e muitos eleitores podem começar a questionar se as medidas adotadas pelo governo de Trump realmente vão recuperar a economia americana ou se as consequências serão uma alta da inflação.
O estudo mostra que a desaprovação não se limita apenas aos democratas, como frequentemente é retratado, mas também atinge uma parte significativa dos republicanos e independentes.
Trump, no entanto, não parece disposto a abandonar suas políticas econômicas, ao menos não por ora. Em seus discursos e entrevistas, ele continua a defender a imposição de tarifas como uma ferramenta crucial para fortalecer a economia dos EUA e garantir que as indústrias nacionais prosperem.
O Partido Republicano acompanha o andamento do governo, e a ala dissidente do presidente prevê – ou torce para – baixas nas eleições. É bom lembrar que, neste ano, teremos eleições para prefeitos, e no ano seguinte ocorrerá a renovação de parte da Câmara, que tem eleições a cada dois anos, sempre em ano par: uma junto com a eleição presidencial e outra no meio do mandato – as chamadas "Mid-Terms".
Com um índice de aprovação mais baixo, Trump pode enfrentar desafios ao tentar manter a unidade dentro do seu partido e conquistar os independentes e moderados necessários para uma vitória partidária.
À medida que o ciclo eleitoral se intensifica, as medidas econômicas do governo devem apresentar resultados. Caso contrário, as consequências eleitorais para o Partido Republicano podem não ser favoráveis, o que abriria caminho para o retorno de um governo democrata nas próximas eleições presidenciais.
Enquanto a popularidade de Trump estiver alta e a economia não for afetada drasticamente, a pressão sobre ele será externa. Caso contrário, a pressão será republicana.