O verdadeiro jornalismo vive na rua: reflexões de um fotojornalista sobre o hard news
Com 16 anos de experiência nas ruas, Marcelo Caltabiano destaca a importância de estar presente no cenário das notícias e como os detalhes fazem a diferença em grandes reportagens
Uma coisa que me atrai no jornalismo, é o famoso Hard News, para aqueles que não estão familiarizados com o termo, Hard News é a notícia do dia-a-dia, é estar onde você muitas vezes não é bem-vindo, ou onde vive a mesma situação de risco para fazer a reportagem, seja ela fotográfica, videográfica ou texto. Digo hoje que os que mais estão produzindo notícias hoje no estilo hard News são os fotojornalistas, cinegrafistas e repórteres de TV, todo o resto hoje está sentado em uma redação esperando as informações chegarem, para diagramar a informação em um formato de texto.
Mas o que venho expor nesse artigo é para os futuros jornalistas que almejam emplacar grandes reportagens. Sempre digo e aqui reafirmo a frase de Ricardo Kotscho que “lugar de repórter é na rua”
Sou diretor de jornalismo do portal T7 News, um veículo de comunicação novíssimo, temos pouco mais de um ano de existência, mas antes de ser diretor de jornalismo deste já renomado portal sou fotojornalista, atuo na profissão há mais de 16 anos e meu lugar é na rua, entrevistando, conversando e levando as notícias mais puras e informando também com imagens, nesse tempo produzimos grandes reportagens como a cobertura da desocupação do Morro do Fórum em Ubatuba, Operação Escudo, também em Ubatuba, dentre outras diversas coberturas.
Mas para que não fosse apenas mais uma notícia fui até os locais e senti a realidade dos que ali estavam vivendo, no morro do Fórum passei os últimos momentos dos moradores em suas residências. Contamos as histórias dos moradores e de suas famílias, humanizamos a nossa reportagem, mas isso só foi possível, porque estávamos lá, insistimos na pauta.
Ontem, quinta-feira, 15 de agosto, estava fazendo algumas fotos de agentes do Corpo de Bombeiros controlando um incêndio em um terreno em Taubaté, quando um deles alertou para a presença de um cachorro, que estava preso a uma corda, com risco de morrer queimado. Antes de achar o cão havia pensando em ir embora, pois já tinha feito algumas fotos da atuação dos bombeiros, mas resolvi insistir e apareceu a história. Digo isso neste artigo para mostrar um ponto, que a pauta as vezes não está no assunto principal, mas em um detalhe, neste caso era o cachorro.
O cachorro está bem, veja a reportagem produzida pelo T7 News sobre o resgate clicando aqui e outra reportagem sobre a estadia do cão no Centro de Zoonoses
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